Aforismos anestésicos...

... Nada mais nada menos que aquelas máximas que nunca ninguém leu mas todo interno/especialista ouviu da boca de um anestesista. Ou se amam ou se odeiam!!!







sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Não se esqueçam do velhinho nasofaríngeo"

Sendo que por vezes se torna difícil de permeabilizar a via aérea (facies largo ou sindromático) mas o doente não tolera o tubo de Guedel, devemo-nos lembrar de uma arma tão poderosa e tão tolerada como um nasofaríngeo.
Por vezes na recuperação anestésico com extubação profunda o Guedel torna-se eficaz na patência da via aérea e é necessário extensões cervicais extremas para ultrapassar a dificuldade (ou colocar o doente em decúbito lateral). Podemos nestes caso usar o nasofaríngeo mantendo o doente em posição neutra. E quando o doente acorda ele próprio o retira (sinal que já não precisa dele!)
Não nos devemos esquecer de outras indicações mais precisas: se o doente abre mal a boca ou se tiver dentes estragados , cujo o perigo de os partir com a colocação do Guedel poderá levar à aspiração dos mesmos.
Não esquecer igualmente as 2 contraindicações major: coagulopatia (epistáxis) e trauma facial (falsos trajectos).
Gostaria de referir que o seu uso na Anestesiologia pediátrica tem sido para mim de uma valor incalculável, sobretudo para a manutenção anestésica inalatória em doentes propostos para anestesia geral para ressonância magnética ou tonometria (induzo inalatoriamente com máscara facial, coloco o nasofaríngeo, adapto um conector apropriado de um tubo traqueal ao nasofaríngeo, que por sua vez se conecta ao ventilador, mantendo assim o doente profundo com os gases e libertando as minhas mãos.
Por vezes parece-me haver alguma dificuldade na escolha dos nasofaríngeos adequados acada doente. O mais simples será medir "a olho" da narina ao ângulo da mandíbula. O que faço de seguida é ir colocando o nasofaríngeo com o meu ouvido colocado na sua extremidade até sentir e ouvir passagem de ar. Fica perfeito!

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