Das primeiras máximas que fixei e pela qual sempre demonstrei o maior respeito.
É neste momento muito raro misturar fármacos num soro, precisamente pelo desconfiança do grau de compatibilidade dos mesmos.
Tantos são os fármacos que manipulamos que forçosamente não conseguimos saber que interacções medicamentosas podem existir entre eles.
Posso dizer que já cheguei a ver cetorolac, tramadol e metoclopramida num só balão.
E pergunto: se o doente fizer uma reacção anafilática, a qual dos fármacos terá sido?
E se objectivo da metoclopramida é o de contrariar o potencial para náuseas e vómitos do tramadol, será que ela atinge concentração plásmatica e antecipação suficientes para o fazer?
E o tal "ketofol", aquela mistura de 1 para 1 de propofol e ketamina, criada para antagonizar os efeitos secundários um do outro? Como sei o que realmente estou a fazer, serão fármacos totalmente miscíveis? Não será mais simples 2 seringas com cada um dos fármacos em separado (quando assim faço acabo por usar uma relação de 3:1 de propofol:ketamina diminuindo em muito os efeitos secundários da última. E sei quanto faço de cada.
E não acham misterioso fazer mistura de 2 anestésicos locais para bloqueios de plexos braquiais?
Eu sei que o intuito é o de diminuir o início de accão do bloqueio e prolongá-lo mas, se usar 20cc de lidocaína 2% e 20cc de ropivacaína 0,75%, estou na realidade a fazer 40cc de lidocaina 1% e ropivacaína 0.375% (elas diluem-se uma à outra). Apenas alguns exemplos...
Se há fármacos que estão amplamente estudados e sabemos que os podemos fazer conjuntamente, outros há em que apenas suspeitamos! Valerá a pena o risco?
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